20140110

EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Conta salgada

O final de ano trouxe o décimo terceiro salário. Renda extra que deveria ser usada para a diminuição ou liquidação de endividamentos, mas que, geralmente, é usada para compra de presentes e viagens, em suma, consumo. Obviamente, as pessoas têm o direito à felicidade da compra, porém há casos em que o melhor seria o saldamento de dívidas, mesmo porque, no início do ano seguinte, como em todos os outros,  tem o pagamentos de IPVA, IPTU, material escolar, entre outros. Bem, se o indivíduo não fizer um planejamento financeiro para enfrentar essas saídas de caixa, poderá ter o aumento de suas dívidas como resultado direto do consumo irresponsável que ocorre com grande frequência nessa época do ano.

Em que pese a ampla cobertura da mídia em geral sobre a questão da Educação Financeira, endividamento e inadimplência, achamos importante abordar um assunto bastante delicado e que ainda não vimos pesquisa a respeito: dívidas com agiotas. A promessa do “dinheiro fácil” parece, inicialmente, a solução para todos os problemas, mas não é. Muito pelo contrário. Ao fazer uso desta modalidade de empréstimo o sujeito está se valendo de uma prática ilícita, considerada crime pela Lei nº 1.521, de 26/12/1951. Portanto, agiotagem é crime. Além do mais, caso não ocorra o pagamento nos prazos acordados, as consequências de um relacionamento comercial desta natureza são imprevisíveis, principalmente, pelo sistema de cobranças, que em muitos dos casos faz uso de ameaças e da força física.

Ao colocar em risco a sua integridade e a de seus familiares, o devedor passa por problemas de ordem psicológica que afetam seu comportamento pessoal e profissional. Por isso mesmo, as empresas cada vez mais estão implementando programas de gestão financeira, como parte de projetos de bem-estar de seus colaboradores e familiares.

Vale lembrar que a política monetária do governo brasileiro tem elevado as taxas de juros, hoje em 10% ao ano, como forma de segurar a alta da inflação, em torno de 6% ao ano, atualmente. Pois bem, seja pela alta das taxas de juros que encarecerão cada vez mais a rolagem das dívidas existentes, seja pela queda do poder aquisitivo que está sendo corroído pela inflação, a verdade é que o futuro que se vislumbra requer um cuidado redobrado, sob o risco de termos no curto/médio prazo uma situação de insolvência de boa parte da sociedade brasileira. Rezemos para que a taxa de desemprego mantenha-se no patamar atingido no exercício passado, caso contrário, teremos uma conta mais salgada para pagar.